Ervas para aliviar a ansiedade
Apesar do potencial, muitos remédios fitoterápicos não têm respaldo científico
Scott O. Lilienfeld e Hal Arkowitz
Ervas medicinais são bastante populares no Brasil. Mas não só. Em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, também há enorme procura por plantas com propriedades curativas. Em 2008, a estatística Patricia M. Barnes e seus colegas, do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, apresentaram um relatório apontando que aproximadamente 20% dos americanos, incluindo nessa mostra crianças e adultos, haviam experimentado esse tipo de tratamento no ano anterior. Uma década antes, o médico especialista em medicina integrativa David M. Eisenberg, pesquisador da Escola Médica da Universidade Harvard, já havia apontado aumento de 380% do uso de remédios fitoterápicos para tratar problemas físicos e mentais, entre 1990 e 1997. É muito provável que pelo menos parte do entusiasmo com essa terapêutica seja alimentada pelo alto custo das drogas tradicionais, que, aliás, nem sempre trazem os resultados esperados. Além disso, muitas pessoas acreditam – erroneamente – que substâncias naturais são mais seguras do que medicamentos
O uso de plantas para tratamento médico data de pelo menos 3000 a.C. Hoje, a prática faz parte de um movimento amplo conhecido como terapia complementar ou alternativa. Muitas pessoas se valem desses recursos – que incluem aromaterapia, florais e massagem – para amenizar problemas psicológicos. Isso, porém, preocupa alguns cientistas. Em um estudo de 2001, o sociólogo Ronald C. Kessler e seus colegas, da Escola Médica da Universidade Harvard, acompanharam um grupode voluntários e descobriram que entre os participantes do estudo que apresentavam sintomas de pânico ou depressão severa mais da metade havia passado por algum tipo de terapia alternativa durante o ano anterior, na maioria dos casos sem supervisão médica. AGITAÇÃO E FADIGA
O fato é que, por enquanto, nem o valor terapêutico nem os efeitos colaterais de grande parte dessas ervas foram comprovados. Isso não significa que não tenham propriedades benéficas, mas em que medida são eficazes (e não fazem mal) e como devem ser ministradas ainda não está claro. Muitos especialistas alegam, por exemplo, que apesar de pesquisas com a kava-kava (Piper methysticum), usada no tratamento de ansiedade, e com a erva-de-são- joão (Hypericum perforatum), para combater depressão, indicarem que algumas das substâncias dessas plantas podem ajudar pessoas com problemas psicológicos, os resultados ainda não são conclusivos. É costume entre os moradores das ilhas do Pacífico usar extrato da raiz da planta kava-kava para amenizar a ansiedade ou simplesmente relaxar. A substância é frequentemente utilizada na região também em ocasiões sociais,
cerimônias e para fins medicinais. Popularizada nos EstadosUnidos na década de 80, atualmente não é difícil encontrar bares americanos que servem drinques
Porém, aqueles que desejam mesmo tratar ansiedade com a planta recorrem à farmácia ou loja de produtos naturais. Resultados experimentais sugerem que a raiz tem propriedades ansiolíticas. Em um artigo publicado em 2010, os médicos Max H. Pittler, do Centro Alemão Cochrane da Universidade de Freiburg, e Edzard Ernst, da Escola Médica da Península, em Exeter, na Inglaterra, relataram a análise de 12 estudos que comparavam os efeitos da kava-kava e do placebo no tratamento da ansiedade. Os dois descobriram que a erva de fatodemonstra eficácia, embora apenas pouco maior do que a pílula inócua. Os pesquisadores alertam, no entanto, que diversos fatores, como diferenças nas dosagens, na duração do tratamento e na gravidade da ansiedade, tornaram os estudos pouco adequados para a pesquisa. Embora o uso da erva seja relativamente seguro, o consumo não deve ser excessivo. Dores de estômago e de cabeça, agitação e fadiga são efeitos colaterais relatados com certa frequência. Um relatório de 2002 da Administração de Drogas e Alimentação (FDA, na sigla em inglês) apontou danos ao fígado causados pela raiz, o que levou à proibição da kava-kava em diversos países. Estudos posteriores, porém, amenizaram a má reputação da planta e a restrição ao consumo foi suspensa. Ainda assim, é preciso precaução. Em diversos casos de pessoas com problemas hepáticos (e habituadas a ingerir a erva) não ficou constatada relação com outros fatores. Os efeitos de diversos medicamentos e até mesmo do álcool podem ficar mais intensos se com essas substâncias a pessoa também ingerir kava-kava. A forte sonolência causada pela perigosa combinação aumenta o risco de lesões durante certas atividades, como condução e operação de máquinas pesadas. Além disso, pode também potencializar a ação de drogas antipsicóticas, reforçando seus efeitos sedativos e anticonvulsivos. Outras pesquisas apontam que a erva-cidreira e a valeriana, por exemplo, podem ter efeito calmante, o que as torna úteis no tratamento da ansiedade. Os resultados, porém, ainda são
Usada ao longo da história para expulsar maus espíritos, atualmente a erva-de-são-joão é a planta mais estudada para o tratamento contra depressão. Recentemente, o médico Klaus Linde e seus colegas, da Universidade Técnica de Munique, avaliaram 29 pesquisas sobre sua eficácia no combate ao transtorno. Diversos estudos com o vegetal demonstraram que seus efeitos podem ser tão eficazes quanto os antidepressivos como o Prozac, além de provocar menos efeitos colaterais. No entanto, nem todos os experimentos avaliados pela equipe de Linde indicaram vantagens da erva-de-são-joão em relação à pílula inócua (placebo). Além disso, diversos centros de pesquisa revelam pouco apoio à ideia de que a erva possa ajudar a amenizar os sintomas da depressão. Cabe aqui, porém, uma ressalva: não se sabe até que ponto pode haver incentivo direto ou indireto da bilionária e influente indústria farmacêutica para que o uso de terapêuticas baseadas em plantas seja rejeitado.
MAIS ÂNIMO Uma pesquisa de 2011, conduzida pelo psiquiatra Mark H. Rapaport, na época pesquisador do Hospital Cedars-Sinai, em Los Angeles, aponta que, para casos de depressão de leve a moderada, a planta não demonstra maior eficácia do que o placebo. É fato que a erva ajuda a aliviar alguns sintomas, mas as evidências ainda são pouco satisfatórias. Muitos pesquisadores, aliás, apontam alguns riscos associados ao uso da erva-de-são-joão, como dores de estômago e de cabeça, erupções cutâneas, fadiga, inquietação e confusão mental. Embora a probabilidade seja pequena, a planta pode interferir na fertilidade, piorar o quadro de pacientes com demência e deflagrar surto psicótico em pessoas predispostas a essa psicopatologia. E, assim como os antidepressivos tradicionais, a erva tem potencial de contribuir para que sejam desencadeados episódios maníacos em pacientes com transtorno bipolar, além de interagir com outras substâncias, o que em alguns casos acarreta efeitos desconhecidos. Se ingerida com antidepressivos, por exemplo, pode trazer graves prejuízos na regulação de serotonina. A eficácia de pílulas anticoncepcionais e de medicamentos para tratar problemas cardíacos e pessoas com HIV também fica reduzida com uso combinado com a erva-de- são-joão. É evidente que drogas aprovadas para ansiedade e depressão também apresentam riscos, mas, nesse caso, há órgãos responsáveis pelo acompanhamento. Mas não existem agências governamentais para regular tratamentos com ervas. Muitas vezes, médicos não têm conhecimento de que seus pacientes se automedicam com extratos à base de plantas, o que aumenta o risco de interações prejudiciais. E ainda pouco se sabe sobre os efeitos de longo prazo do uso de ervas ou mesmo a dose ideal para tratar cada doença. Apesar disso, não é raro encontrar promessas exageradas sobre a eficácia de remédios fitoterápicos. Há quem relate resultados positivos em mais de 80% dos casos de pessoas tratadas de ansiedade e depressão com plantas medicinais, embora, por enquanto, as pesquisas não confirmem esses números. Obviamente não seria ponderado descartar que intervenções mais seguras e eficazes com ervas medicinais para combater depressão e ansiedade poderão surgir no futuro. Talvez, os cientistas descubram em breve que a natureza guarda um vasto arsenal de remédios para ajudar a tratar transtornos mentais.
Spring 2010 Cost-Cutting Trends for Key Changes to Medicare Pharmacy Benefits Part D Coverage Gap Employers are focusing more than ever on saving money in With the enactment of the health care reform law comes their pharmacy benefit plans. One growing trend is better several changes to the Medicare Part D drug benefit, negotiating with PBM vendors, with employers pushing
Standard for Performance of Adult Dual - or Single-Energy X-Ray Absorptiometry (DXA/pDXA/SXA) Approved: June 1999 Modified by Brian C. Lentle, MD, and the CAR Task Force for Standards and Guidelines for Radiological Practice. Principal Drafter- William T. Thorwarth, Jr., MD I. INTRODUCTION Bone densitometry whether by single (SXA) or dual x-ray absorptiometry (DXA) is