FAEL – FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA CURSO DE PEDAGOGIA - EAD FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E MATERIAL COMPLEMENTAR - AULA 4
O Pensamento político e pedagógico de Paulo Freire
Para Paulo Freire, as questões e problemas principais da educação não
são questões pedagógicas, ao contrário, são questões políticas. Para ele, a
educação e o sistema de ensino não modifica a sociedade, mas a sociedade é
que pode mudar o sistema instrucional. O sistema educacional pode ter um
papel de destaque numa revolução cultural. Ele chama de revolução a
consciente participação do povo. Logo, a pedagogia crítica, como uma
constante, contribui para revelar a ideologia esquecida na consciência das
Em sua obra Pedagogia do Oprimido, Freire destaca a revolução. Mas o
que pode ser feito antes da revolução? Ele propõe a distinção entre “ação
cultural” e “revolução cultural”. Para ele a ação cultural é desenvolvida em
oposição à elite que controla o poder e a revolução cultural ocorre em completa
A proposta de Freire é a noção de consciência crítica como
conhecimento e prática de classe. É uma pedagogia da consciência. Em
Pedagogia do Oprimido, Freire enfatiza um aspecto fundamental no processo
de organização política das classes sociais subordinadas: os elos entre a
liderança revolucionária e as práticas das massas.
A palavra conscientização, ou seja, consciência crítica, adquire força nos
programas político-culturais e Freire, naquele momento, alertou contra a
obsessão do uso dessa palavra como emblema nos programas conservadores
onde os princípios educacionais estavam mais próximos da educação bancária
do que da educação problematizadora ou da ação cultural para a liberdade.
Freire define pedagogia como uma ação cultural, diferenciando duas ações
culturais centrais: educação bancária e educação problematizadora.
A proposta de Paulo Freire, em termos educacionais, é uma proposta
antiautoritária, onde professores e alunos ensinam e aprendem juntos,
engajados num diálogo permanente. Esse processo não deve estar presente
apenas na sala de aula, mas em um círculo cultural constante.
Segundo o discurso de Paulo Freire, referente à prática educativo-crítica: “A
reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação
Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática,
ativismo”. e “.ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua produção ou a sua construção.” (Paulo Freire,
Para Freire, o educador ao ensinar aprende, havendo uma transferência
de conhecimento entre educador e educando.Em sua obra Pedagogia da
Autonomia, Freire critica o ensino “bancário”, pois acha que a criatividade do
aluno e professor são deformadas. Defende que o professor deve não apenas
transmitir conteúdos, mas também ensinar a “pensar certo”, a criticar o que ler,
a pesquisar, a ser curioso e acima de tudo respeitar os saberes do aluno.
Segundo Freire, todo educador deve acreditar que é possível ocorrer
mudanças. Todos devem participar da história, da cultura e da política.
Ninguém deve ficar neutro, nem estudar por estudar. Todos devemos fazer
perguntas, não podemos ficar alheios. “Ser rebeldes e não resignados”.
“É a partir deste saber fundamental: mudar é difícil mas é possível, que
vamos programar nossa ação político-pedagógica, não importa se o projeto
com o qual nos comprometemos é de alfabetização de adultos ou de crianças,
se de ação sanitária, se evangelização, se de formação de mão-de-obra
técnica.” (Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia)
No início de seus trabalhos Freire, como ele mesmo declara, “não
enxergava” uma relação entre educação e política, somente depois descobriu
aspectos políticos na educação. Daí a relação educação-política passa a sofrer
substanciais mudanças no transcorrer de seu discurso.
A democracia é tema básico da prática e da teoria de Paulo Freire, uma
democracia liberal, social, socialista, mas, sempre democracia. A questão
central que percorre todo o discurso freireano, em todos os momentos, é a
educação e pedagogia enquanto prática e teoria contribuintes da “radicalidade
democrática”. Freire nunca admitiu o autoritarismo.
A conscientização político-pedagógica poderia atingir todas as classes e
o diálogo deveria levar ao “entendimento geral para o desenvolvimento de
todos”, da Nação, que estaria “acima” de todos os interesses particulares.
o pensamento político- pedagógico de Freire serviu muito mais à
mobilização, à organização, à difícil conquista da representatividade e da
cidadania das classes populares do que à manipulação típica dos populismos.
Paulo Freire sofre influência de certos parâmetros políticos e ideológicos
propostos por alguns socialistas, rincipalmente Marx. Em sua obra Pedagogia
do Oprimido, no contexto da opressão social, já parecem “classes”, apesar de
não ser categoria central de seu discurso. Ao longo de seus trabalhos vão
aparecendo expressões com “conflito de classes”, “ação cultural” e
“consciência de classe” dentre outras. A seu discurso vão sendo incorporados
A categoria “trabalho” aparece como contexto político-educativo e
“produção” nos conteúdos programáticos escolares e da alfabetização de
adultos. Daí a priorização do trabalho e da produção coletiva no processo
político-educativo é um novo ponto no discurso de Paulo Freire.
Educação, uma nova educação, para Freire, só poderia ser possível com uma
profunda mudança da sociedade, da política (“politicagem”), da ética, do
cotidiano dos indivíduos e dos grupos sociais. Essa nova educação não aceita
a constante exploração dos oprimidos. Seria uma educação “para a autonomia
e para a capacidade de dirigir”, para formar cidadãos plenos, enfim, uma
Freire foi um incentivador de programas para a educação de adultos. As
implicações políticas da educação de adultos excederam as metodologias de
instrução formal. Esses programas são mais ligados às necessidades da
comunidade e mais sensíveis às suas pressões do que a instrução formal.
Portanto, essa “educação popular” deve ser entendida como uma forma de
educação desenvolvida pelo oprimido do que para o oprimido.
As implicações políticas da educação de adultos excederam àquelas
metodologias de instrução formal. Definindo, por exemplo, as “palavras
geradoras” a partir das necessidades da comunidade e de seu “universo
A educação de adultos possui uma flexibilidade curricular e organizacional, o
que não acontece na educação formal, fazendo com que os resultados sejam
mais imediatos, colocando o “graduado” no mercado de trabalho ou nas
atividades políticas, sem ter que esperar dez ou quinze anos, como é o caso da
Paulo Freire era aberto a debates e reuniões e uma das suas principais
virtudes era ouvir críticas e, principalmente, auto-criticar-se permanentemente.
Com isso modificava, revia e alterava conceitos. Como ele mesmo dizia: “cada
vez mais incerto de suas certezas”. O tratamento dado à “conscientização”
evidencia tal atenção às criticas sérias.
Era um homem que tinha a capacidade de constante progressão, defensor do
processo de conhecimento crítico. Era consciente de sua incompletude. Paulo
Freire não parou de “fazer história” e “ser feito por ela”.
Suas propostas foram feitas para serem recriadas, conforme o cotidiano, o
imaginário, os interesses e os valores, conforme as condições de vida de seu
praticante, sejam educandos ou educadores.
Disponível em: http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/o-
pensamento-politico-e-pedagogico-de-paulo-freire . acesso em 02/-8/2010
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